Diários de ônibus, trens e até caminhão...

A ideia de um blog surgiu da intenção de mostrar meu Diário de Bordo a todos os amigos e da impossibilidade de fazê-lo com a rapidez que eu gostaria. Vai ele agora entrar na rede!

Nome:
Local: Divinópolis, MG, Brazil

17.10.05

Dia 13 – quarta-feira 20/07


- Huaráz (dia 1: Yungay, Laguna Llanganuco) -

Acordamos antes das 6h já em Huaráz - onde, não sabíamos ainda, mas seria um dos pontos mais altos da viagem, senão o melhor deles -, pegamos um táxi que deu muitas voltas pra andar quatro quarteirões até o hotel, que era também agência de turismo, e já negociamos os passeios pra três dias. Ficamos no “quarto andar”, que na verdade era o terraço. Um quarto de duas camas (a mais larga e mais côncava ficou comigo mesmo), uma cômoda, um pequeno sofá e uma mesa redonda com duas cadeiras. O banheiro pra banho - sim, havia dois - era no final da escada, antes de sair pro terraço (fiquei preocupado com o banho e a posterior saída no sereno até o quarto). O outro banheiro era depois do tanque, do lado oposto ao primeiro, também no terraço. Ao lado do nosso quarto, uma gaiola imensa com um casal de corujas de uns 40cm de altura cada. Tomamos café-da-manhã na esquina do hotel – seriam os melhores de toda a viagem – e pegamos nossa van que, como nos outros dias todos, daria muitas e muitas voltas pela cidade, retornaria ao ponto onde a havíamos pegado, pra só depois começar o passeio; o daquele dia seria para a Laguna Llanganuco. Pra chegar lá, passamos por Yungay, uma cidade muito recente porque a primeira Yungay foi soterrada por uma avalanche da montanha Huascarán – o nevado mais alto do Peru (6 768m), que avistávamos do nosso terraço.

Paramos pra umas fotos em frente à igreja, tomamos um sorvete e vimos alguns produtos numa feira de rua. Acabamos comprando alguns de um sujeito muito simpático que puxou conversa. Ele disse que conhecia sim o Brasil e nos perguntou se conhecíamos Salvador. Dissemos que não. Então ele perguntou se conhecíamos Florianópolis. Não. Fortaleza, Rio de Janeiro, São Paulo e outras mais... Por fim ele disse que conhecia o Brasil melhor do que nós! Ele perguntou então de onde éramos. Dissemos que de uma cidade perto de Belo Horizonte – que,claro, ele conhecia sim –, chamada Divinópolis. E não é que ele conhecia também? Disse que montou uma feira numa rua do centro que tem um quarteirão fechado onde não passam carros. Inacreditável! Os hippies gringos da Rua São Paulo com a Av. 1º de Junho são realmente gringos! E hippies!

Visitamos a lagoa, maravilhosa (achamos que aquela seria de longe a mais bonita de todas), e paramos pra almoçar num lugar muito caro, o que nos fez levar comida do café-da-manhã para os passeios dos outros dias. Dividimos um prato pra ficar mais barato e, chegando à cidade de noite, fui tomar meu banho e, surpresa: a luz do banheiro não acendia. Chamei o responsável lá embaixo e subi de volta pra ele falar que não tinha jeito mesmo e acendeu a luz do corredor que, atravessando o basculante, apenas permitia-me distinguir o xampu do sabonete no banheiro que não tinha um lugar pra pendurar nem a toalha (outra constante na viagem). Agradeci meio sem jeito e ele desceu de novo. Abri a torneira e, outra surpresa: água gelada! Chamei o cara de novo e, dessa vez, subiu comigo a mulher maluca que é a dona do lugar. Virou uma chave na parede que ameaçava dar um choque no primeiro banhista e me recomendou insistentemente pra não mexer mais nela – como se eu tivesse mexido em alguma coisa... Tomei finalmente meu merecido banho, esperei o Uans e, depois do dele, saímos pra comer. Rodamos bastante pra encontrar nosso pollo con papas a 4,50 Soles (menos de R$4,00). Comemos até entortar e caímos na cama.