Diários de ônibus, trens e até caminhão...

A ideia de um blog surgiu da intenção de mostrar meu Diário de Bordo a todos os amigos e da impossibilidade de fazê-lo com a rapidez que eu gostaria. Vai ele agora entrar na rede!

Nome:
Local: Divinópolis, MG, Brazil

17.10.05

Dia 23 – sábado 30/07


- Sta Cruz-Puerto Quijarro – Puerto Quijarro-Corumbá – Corumbá-Campo Grande – Campo Grande-Belo Horizonte -

Dormimos a noite toda e, já impacientes pra estar de volta ao Brasil, acordamos na chegada a Puerto Quijarro – fronteira – e descemos correndo pra bater logo o carimbo e pisar logo em terras brasileiras. Nos separamos do resto do grupo, que ia direto dali pra São Paulo e Rio, e fomos acompanhados por um sul-matogrossense que nos deu umas dicas pra chegar à rodoviária de Corumbá. Ele ia pra sua cidade e nós tínhamos ainda que passar em Campo Grande para, de lá, pegar o ônibus pra BH. A fronteira boliviana nos custou 8 Pesos Bolivianos – mais ou menos US$1,00 – a cada um (por roubo mesmo, ainda que modesto) e, já em Corumbá (enfim, de volta ao Brasil!), sempre preocupados com a demora, ficamos esperando um coletivo com nosso novo companheiro – que ainda nos trocou os últimos bolivianos – que nos deixaria, segundo ele, no terminal rodoviário. O coletivo demorou bastante pra chegar e também pra sair, por causa do número exagerado de passageiros. Alguns mochileiros desceram antes do tal terminal querendo chegar à rodoviária. Perguntamos ao nosso novo guia e ele nos recomendou que esperássemos, que aqueles ainda andariam muito – ressalte-se: debaixo de um sol simplesmente escaldante – até a rodoviária. Ficamos na dúvida, mas confiamos no “guia”. Quando ele disse que tínhamos chegado, perguntamos onde pegaríamos o ônibus pra Campo Grande e só então entendemos tudo: estávamos num mero terminal onde teríamos que pegar um outro coletivo pra rodoviária propriamente dita. Impacientes pela pressa de antes e, agora, aumentada pela falta de noção e de bom senso do “grande” guia, botamos as mochilas nas costas e nos aventuramos por uns oito quarteirões naquele sol todo e a passos extra-rápidos. Chegamos encharcados à rodoviária e corremos direto pro guichê. Pelo horário que tínhamos visto na internet, perdemos o ônibus que queríamos e que chegaria mais cedo a Campo Grande. A preocupação agora era chegar à capital o mais cedo possível pra não sermos obrigados a dormir ali à toa e esperar para somente no dia seguinte a partida pra casa. Compramos passagem para as 13h; seriam mais ou menos seis horas de viagem e o último ônibus em Campo Grande do dia pra BH, sempre segundo a internet, era às 19h30 – contaríamos com a sorte.

Mortos de fome, almoçamos muitíssimo bem numa pensão ali perto. A comida era simplesmente espetacular, sem contar a fome e a presença, finalmente, do feijão no prato, o que inevitavelmente a deixava ainda mais espetacular. Comemos como havia tempos não comíamos e voltamos à rodoviária para, pasme, tomar banho! Mas o banheiro era bem limpo e o banho gelado naquele forno de cidade, depois do último (no meu caso) em Águas Calientes, quatro dias antes, foi mais que bem-vindo; ajudou até pra organizar as roupas na mala, e serviu também pra eu me assustar com a própria barba ao me olhar no espelho! Antes de sairmos, o Uans teve a brilhante idéia de ligar pro guichê de Campo Grande pra chorar muito e puxar o saco do vendedor pra reservar, contra o regulamento de sua empresa, duas passagens praquela noite pra BH. Ele disse que o carro das 19h30 já estava lotado, mas havia ainda um ônibus saindo de lá às 20h30 – o que nos dava tempo de sobra pra chegar lá e embarcarmos, mas não pra comprar as passagens –, ele disse também que, àquela hora (12h40), só havia duas vagas naquele último ônibus e que seu horário de trabalho seria somente até as 14h, e teria então que ver com o vendedor do turno seguinte o que poderiam fazer por nós. Não havia mais nada a fazer. A viação Andorinhas, até Campo Grande, nos proporcionou a melhor viagem desde o início do passeio; chegamos perto das 19h – eu bastante desanimado e sem esperanças de partir naquela noite a BH e o Uans ainda confiante. Corremos ao guichê e a nossa surpresa é que o vendedor daquele turno nem sequer sabia do nosso caso extra-oficial e especialíssimo, o vendedor com quem o Uans conversou no início da tarde simplesmente registrou nossas passagens no computador como vendidas e, ao informarmos os números dos assentos, lá estavam as duas à nossa espera, inclusive com a notificação “vem de Corumbá” – ajuda diretamente dos Céus, sem escalas! “– Não disse, Uans? Fica tranqüilo, o cara vai ter reservado as passagens!”

Aliviados e ansiosos para voltar pra casa, enquanto esperávamos a saída do (no meu caso) último ônibus de nossa aventura (o Uans ainda iria pra Divinópolis), saímos pra, de acordo com nosso jargão ao longo da viagem, “destruir” numa lanchonete em frente. Aproveitei o tempinho pra ligar pra casa e dar a trágica notícia da mochila e a ótima da chegada. No início da destruição, olhei pra trás e avistei dois rostos familiares: claro que era o casal de Floripa com aquela mania de nos perseguir, que também chegava pra matar a fome e esperar a saída de seu ônibus. Conversamos animadamente e nos despedimos enfim pra poder chegar em casa. Outro ônibus confortável (como é bom viajar dentro do Brasil – desconsiderando o preço, claro) e uma viagem tranqüila e sem grandes atrasos.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Eu tenho uma pregunta! Vc sabe cual e a melhor forma de viajar em tren desde Santa Cruz hasta Belo Horizonte?? nao sei os nomes dos ferrocarriles e los precos. Tu posses darme mais informacao?
Por favor!!
Abrigada
meu e-mail ivimaiden@hotmail.com

1:34 PM  

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