Diários de ônibus, trens e até caminhão...

A ideia de um blog surgiu da intenção de mostrar meu Diário de Bordo a todos os amigos e da impossibilidade de fazê-lo com a rapidez que eu gostaria. Vai ele agora entrar na rede!

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Local: Divinópolis, MG, Brazil

17.10.05

Dia 14 – quinta-feira 21/07


- Huaráz (dia 2: Laguna Querococha, Chavín) -

Depois do café sensacional, saímos pra conhecer as ruínas de Chavín, nem tanto por Chavín, mas apenas porque achamos que teríamos várias coisas mais interessantes pra ver. No caminho, depois de um chá de coca muito aguado, “para combater o mal da altitude”, o guia propôs que nos apresentássemos dentro do micro-ônibus. Quando chegou a minha vez e disse que vinha do Brasil, houve sonoros “Oh”s e aplausos. Senti-me o centro das atenções. Vimos a Laguna Querococha (a mais de 4 ooom de altitude) e, mais à frente, um túnel (Túnel de Cahuish) interditado por obras com um caminhão, que mal cabia nele, retocando seu interior. Alguns de nós descemos e o atravessamos a pé – um escuro somente, e às vezes, amenizado pelo farol do tal caminhão, o que não nos evitava pisar em algumas das várias poças d’água. Do outro lado, continuamos o caminho de descida e, muitos metros abaixo, o carro nos pegou pra continuar o passeio.

Mais alguns quilômetros e paramos para os mais aventureiros descermos uma quebradeira apostando corrida com o micro-ônibus que daria voltas pra chegar até lá embaixo. Claro que o Uans e eu chegamos antes do carro e ficamos, os dois e o micro-ônibus, esperando a chegada demorada dos demais – desceram até os que não eram nada aventureiros (havia pessoas já avançadas em idade) e nos atrasamos bastante. No almoço, em outro lugar caro, meiamos um coelho assado (finalmente o Uans aceitou variar o cardápio!) e fomos visitar as ruínas de Chavín, de 1500 a.C. – excepcional! Ficamos surpresos com aquelas ruínas que acreditávamos não ser grande coisa. É impressionante e deixa, em termos de civilização (não de paisagem), como comprovaríamos mais tarde, Machu Picchu no chinelo! No final da tarde saímos de volta à cidade e o guia agora, pra viagem longa, propôs que cada um contasse uma piada e cantasse uma música de seu país. Contei algumas piadas, mas nenhuma arrancou mais risos dentre todas contadas naquela noite que a do bêbado e da freira. Não pela piada em si, mas pelo tombo que levei causado por uma freada inesperada bem na hora da imitação mais dramática do tonto, o que a tornou muitíssimo verossímil. Se eu me sentia o centro das atenções antes... Nem sei se alguém prestou atenção ao final dela. Mas minha hora de rir foi quando ninguém mais ria. A explicação fica mais simples por comparação:

Mochilão: R$ 250,00
Roupa impermeável: R$ 200,00
Tênis para trekking: R$ 150,00
Pacote pra passeio de 3 dias em Huaráz: US$60,00
Tombo no micro-ônibus na frente de todos os turistas e no meio da piada: fama de palhaço
Ver o Uans contar piada num embromation de portuñol mal falado: não tem preço!

Todos devem ter me achado louco porque na primeira frase da piada contada pelo Uans eu já não me agüentava de tanto rir... ao chegar a Huaráz, depois dos banhos, saímos pra dar um passeio por perto e procurar um lugar pra comer. Nisso, encontramos uma loja com camisetas de recordação da cidade. Comprei um moleton quase de graça e, em seguida, achamos uma que vendia várias camisas de times de futebol por um quarto do preço no Brasil. Fui muito humilde e comprei apenas uma e uma calça de marca também praticamente de graça. Pra comer, resolvemos passar numa padaria e montar uns sanduíches no hotel, o que ficou muito barato e, principalmente pra minha felicidade, com refrigerante estupidamente gelado (raridade)! Antes de dormir chegamos à conclusão de que deveríamos ter comprado muito mais camisas sem nos arrependermos. Mas ainda haveria a noite seguinte...