Diários de ônibus, trens e até caminhão...

A ideia de um blog surgiu da intenção de mostrar meu Diário de Bordo a todos os amigos e da impossibilidade de fazê-lo com a rapidez que eu gostaria. Vai ele agora entrar na rede!

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Local: Divinópolis, MG, Brazil

18.10.05

Planejamento da viagem

"Hay que tener en cuenta que, para un viaje de ese tipo, tenés que romper. Tenés que ser mal hijo, mal hermano, mal novio, e irte. O si no, no irte. Y Ernesto, en ese sentido, era igual que yo.”
Alberto Granado


A primeira certeza que tínhamos era a visita a Machu Picchu, afinal, um mochilão pela América Latina que se preze deve tê-la obrigatoriamente no roteiro. Para chegar lá, porém, vimos que dependeríamos de organização, mas principalmente de sorte pra conseguir pegar o Trem da Morte – tão disputado nessa época do ano e tão explorado pelos cambistas. Então, depois de encontrar outras opções (como o Deserto de Atacama e a Quebrada de Humauaca) que se tornaram também imperdíveis para a viagem, resolvemos começar o passeio por baixo e deixar Machu Picchu por último.

De qualquer forma, não tínhamos antes da saída um roteiro fixo, sabíamos sim dos lugares que tínhamos que visitar de qualquer forma e, claro, algumas cartas na manga pra qualquer eventualidade. Chegamos até mesmo a considerar nosso retorno para o Brasil pelo Acre ou por Santiago, no Chile, devido às revoltas políticas na Bolívia.

O primeiro destino seria Foz do Iguaçu e em seguida o norte da Argentina até Salta. De lá, teríamos duas opções para ver o Deserto de Atacama: subir para a Bolívia – à cidade de Uyuni –, ou seguir a oeste para San Pedro de Atacama, no Chile. A segunda opção, pelo que vimos na internet, parecia mais improvável, já que não havia uma estrada pavimentada até o Chile e, além disso, passando primeiro pela Bolívia, tínhamos a vantagem de ver a Quebrada de Humauaca. O certo é que iríamos para um e logo em seguida para o outro país, depois teríamos como opção conhecer o norte do Chile e ter acesso ao Peru. Lá, visitaríamos certamente o canyon de Arequipa e, claro, Cuzco e Machu Picchu.

As cartas na manga – que acabaram sendo somadas a outras durante a própria viagem, pois sempre usávamos a internet para esse tipo de pesquisa – eram, de início, lagunas e nevados em Arica, no norte do Chile; Potosí, na Bolívia, a respeito da qual ainda teríamos que colher informações; e Huaráz, com suas lagunas, o nevado mais fácil de subir no mundo e onde há o encontro das cordilheiras Negra e Branca, ao norte do Peru. Como não sabíamos o que nos aguardava numa viagem tão sujeita a imprevistos, saímos de BH apenas com essas opções, mas preparados para muitas pesquisas tanto na internet quanto no boca-a-boca e perguntando às agências de viagem ao longo do caminho.



Vários lugares literalmente me roubaram as palavras, outros me arrancaram uns bons palavrões e outros meras exclamações que não esclarecem muito, mas todos eles, se descritos objetivamente, perdem seu encanto. Diante dessas parcas opções, visto que se trata de uma descrição, escolhi usar aqui a última delas mesclada com um pouco de objetividade, que pelo menos diz algo sem soar agressivo a nenhum ouvido. Por isso peço desculpas a quem ler essas anotações, ciente de que esses adjetivos pouco ou nada informam além da constante estupefação deste narrador, que é, aliás, a melhor e única descrição possível, a meu ver, de lugares cuja imponência nem fotos são capazes de traduzir.

1 Comments:

Blogger Rodrigo Guedes said...

Infelizmente, só fui até aqui. Gostaria muito de participar com vocês dessa aventura. Seriam anos de terapia economizados e incalculável experiência de vida adquirida. Mas não passei da fase do planejamento. Cheguei até a assustar o pessoal lá de casa com a notícia de mais uma viagem. Pena que não aconteceu. Por isso achei a idéia do diário sensacional. Nele é fácil perceber como é fantástico viajar e como a gente precisa seguir em frente com os nossos planos.

3:01 PM  

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